Cultura italiana

A festa da República

Passar o verão em Florença significa viver a bela estação imerso em poesia, entre terraços panorâmicos com vista para a cidade e jardins encantados a poucos passos do centro histórico, talvez refrescando-se com um bom gelato. Junho começa, então, com a celebração de uma das festas mais importantes não só para os florentinos, mas para toda a península: a Festa da República.

John Milton

““Aqui no Palazzo dei Gaddi, viveu nos anos 1638 e 1639 John Milton, encontrando em Florença a Itália dos Clássicos", diz precisamente a placa no Palazzo dei Gaddi. O edifício, que fica na Via del Giglio, abrigou o autor do imortal "Paraíso Perdido" que passou um período em nossa cidade para confrontar-se com os autores italianos que ele venerava: de Dante a Petrarca, de Bembo a Tasso..

Manzoni e o enxague das roupas no Arno

“Morreu e, qual marmoreo,
Solto o postremo alento,
O corpo jaz exanime,
Orphão d’um tal portento,
Assim sorpresa, attonita
A terra co’a nova está

Muda, pensando na ultima
Hora do homem fatal,
Nem sabe se tão celebre
Planta de pé mortal
Seu pó de sangue avido
Inda pisar virá” *.

São as primeiras duas estrofes de “Il cinque maggio”, a ode de Alessandro Manzoni inspirada na morte de Napoleão, ocorrida em 5 de maio de 1821, durante seu exílio na ilha de Santa Helena. O autor de “I promessi sposi” é uma figura inextricavelmente ligada à nossa Florença. Alguns anos mais tarde, de fato, Manzoni indicará o dialeto florentino como o modelo linguístico oficial para a Itália Unida com a famosa “sciacquatura dei panni in Arno” (enxague das roupas no Arno).